☄️ O normal é ter ano sem cometa
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Quando a gente aprende sobre os cometas, eu não sei o que é mais impressionante: A escala de suas dimensões (exemplificando com o Halley, um núcleo de 11Km de diâmetro criando uma cauda que já chegou aos 50 milhões de Km), de seus poderes destrutivos (no caso de um impacto com a terra, causaria facilmente extinções em massa) ou do tempo de suas órbitas (75 anos para o queridinho do planeta terra, 72 mil anos para o desconhecido Hyakutake, que passou em 96 e acho que eu não vou conseguir ver na próxima).
No meu caso, por mais que tamanho e potência sigam impressionantes, o tempo da órbita sempre me marcou bem mais. Tem algo fascinante, meio triste e meio feliz, em saber que - dadas as condições atuais - você só vai conseguir ver o Halley duas vezes na sua vida. Talvez o raciocínio seja que não importa o quão gigantesco e destruidor o cometa seja, isso tudo realmente só interessa pra nós quando ele completa uma órbita e a gente olha pra ele.
Tudo isso pra dizer que essa própria newsletter, batizada assim justamente pra me garantir um conceito bem extenso de periodicidade, tem uma órbita meio doida e imprevisível, tendo passado algumas vezes em 2019, uma só em 2020 e nenhuma em 2021. Mas, lembrando do Halley e voltando ao assunto, o normal é ter ano sem cometa. O Halley não pede desculpas pelos outros 74 anos que não apareceu. Ou talvez sua cauda inteira contenha uma grande mensagem apaixonada direcionada ao planeta Terra para compensar seus anos de ausência, quem sabe? A ciência ainda não chegou lá.
De qualquer forma, eu já tava, como ele, bem distante da órbita dessa newsletter, até mesmo pra, quem sabe, seguir no segundo ano sem aparecer. Eis que surge o filme do cometa, Don’t Look Up, que praticamente quebrou a internet - ou a minha bolha, pelo menos - por alguns dias. E aí, por mais que eu não tenha exatamente amado o filme (e nem exatamente odiado a ponto de não precisar entrar em detalhes por aqui pro bem ou pro mal), ele serviu pra me fazer olhar pra cá de novo e descobrir, numa grata surpresa, que a antiórbita d'O Cometa indicava sua aproximação em breve. As primeiras previsões apontavam para os últimos dias de 2021, mas uma nebulosa de gasolina, família, presentes e barriga cheia de diversos compostos químicos acabou postergando seu avistamento.
O que importa é que agora ele está aqui (com novas cores em outra plataforma) e, apesar das contas indicarem seu retorno no futuro próximo devido aos intensos campos gravitacionais políticos, esportivos e existenciais de 2022, não se pode falar em certezas nos campos da preguiça e falta de disciplina humanas.
Até lá, seja quando for! :)
👀
Como eu não tenho nem certeza de que essa edição vai chegar pra todo mundo (por conta da mudança de plataforma) e prefiro mandar logo qualquer coisa ao invés de ter a possibilidade de acabar enrolando, essa edição vai no migué, mesmo. Quem sabe nas próximas vem um pouco de conteúdo gravitando esse humilde objeto espacial.